Você sabia que a palavra 'idiota' tem uma história fascinante? Originária do grego ἰδιώτης idiṓtēs, ela não era inicialmente um insulto. Na verdade, era usada para descrever um cidadão comum, alguém que não era um estudioso ou um funcionário público.
Na Grécia antiga, a participação cívica era altamente valorizada. Os cidadãos eram incentivados a se envolver e se familiarizar com os assuntos públicos. Aqueles que escolhiam permanecer à margem eram vistos como ignorantes e desinformados. Eles eram os 'idiotas'.
Com o tempo, idiṓtēs começou a adquirir uma conotação negativa. Afinal, os gregos acreditavam que uma vida plena envolvia mais do que apenas a esfera privada. Se um homem se abstivesse da política, ele era considerado um 'idiota': egocêntrico e indiferente às necessidades dos outros.
No início do século 20, a palavra 'idiota' ganhou um novo significado. Os psicólogos Alfred Binet e Theodore Simon criaram o primeiro teste de inteligência moderno. Eles classificaram aqueles com um QI inferior a 70 como 'idiotas'. Assim, 'idiota' se tornou um termo técnico usado em contextos jurídicos e psiquiátricos.
Hoje, a palavra 'idiota' é usada de forma mais ampla, mas alguns pensadores defendem que devemos resgatar seu significado original. Walter C. Parker, professor emérito da Universidade de Washington, acredita que a antiga etimologia da palavra pode nos ajudar a entender melhor a democracia e a cidadania. Para ele, um 'idiota' é alguém cuja vida privada é sua única preocupação, alguém que não toma iniciativa na política. E talvez, em nossa era de crescente individualismo, essa seja uma lição que ainda precisamos aprender.
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